O
abacate, fruto do abacateiro, é outro dos alimentos que a América ofereceu ao
mundo. A planta é originária da Guatemala, Antilhas e México e já era consumido
pelos índios Maias e Astecas como mostram registros arqueológicos datados de
10.000 anos.
Os
conquistadores espanhóis das Américas introduziram o abacate na Europa em 1519
e, em seguida, em suas colônias no Caribe. A partir daí, o abacate se espalhou
por todas as regiões tropicais e subtropicais com solos férteis para a sua
cultura.
Ao
chegar à Europa, o abacate permaneceu, até o início do século 20, um alimento
reservado à aristocracia e à alta burguesia. Credita-se a D. João VI o primeiro
plantio do abacateiro em solo brasileiro, na área onde fica o Jardim Botânico
do Rio de Janeiro. Porém, o abacate só começou a ser cultivado comercialmente
no país no início do século 19.
Atualmente,
o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de abacate, grupo que inclui o
México, a República Dominicana, a Colômbia e os estados da Califórnia e da
Flórida nos Estados Unidos.
Há
mais de 500 variedades de abacateiros, o que explica os muitos tipos de
abacate, diferentes na forma, tamanho e cor. Os melhores abacates são os mais
pesados e firmes. Para saber se estão no ponto, é só fazer uma ligeira pressão
com os dedos: os de casca fina cedem logo, os de casca mais grossa oferecem um
pouco mais de resistência. Os melhores
abacates têm poupa macia e gordurosa, de sabor característico e delicado (antes
de ficar maduro, ele tem poupa dura e esbranquiçada). Algumas vezes, tem
manchas de cor marrom clara na casca, mas esse é um defeito apenas superficial
que não afeta a qualidade do fruto. Os abacates duros ou bem firmes, embora
possam ter todas as características de boa qualidade, não estão prontos para o
consumo imediato, devendo ser amadurecidos em temperatura ambiente.
Fonte
de Energia
A
polpa e o caroço do abacate podem ser novas alternativas de energia, de acordo
com um estudo da UNESP (Universidade Estadual Paulista). De início, em 2007, o
projeto tinha o único objetivo de estudar a extração de óleo de abacate para a
produção de biodiesel, já que, aqui no Brasil, todo o material é importado –
para fins medicinais, principalmente. Durante o processo de extração e análise
do fruto, porém, os pesquisadores notaram que era possível obter, além do óleo,
outra matéria-prima: o álcool etílico, que viria do caroço processado.
Segundo
o pesquisador Manoel Lima de Menezes, que também é professor do Departamento de
Química da Faculdade de Ciências da UNESP, o abacate se mostrou mais rentável
do que a soja no processo de obtenção do óleo. "Fora as duas aplicações
essenciais (óleo e álcool etílico), o abacate tem duas vantagens em relação à
soja: o preço e a produção", disse o professor, que exemplificou com
números do estudo de mais de 200 páginas: "A soja rende 440 litros de óleo
por hectare, enquanto o abacate consegue mais de 2200 litros". Ainda de
acordo com o pesquisador, o Brasil é o terceiro maior produtor de abacates do
mundo e a fruta possui a vantagem de ser produzida o ano inteiro, com uma
espécie nova a cada três meses.
O
único empecilho para os abacateiros não se tornarem preferência nacional no
quesito 'fonte ideal para biodiesel' é sua alta umidade. Para render, o fruto
maduro precisa estar seco, o que exige um processo industrial. "As usinas
hoje têm que ser adequadas para desidratar o abacate e separar a polpa do
caroço" diz Manoel Lima de Menezes. O professor explica também que pode
haver uma contestação de alguns grupos, já que o fruto gastaria energia para
ser desidratado. Para ver se o processo é realmente vantajoso às empresas e ao
ambiente, explica Menezes, seria necessário um estudo aprofundado de viabilidade
econômica. Por ser algo que não compete ao grupo de pesquisa científica, a
única certeza é a missão de aproveitar o fruto por completo. "Já estamos
estudando uma forma de aproveitar o farelo do abacate. Queremos saber se há a
viabilidade para alguma aplicação para animais", declarou o professor.
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